sábado, 14 de abril de 2018
Projeto "A Minha Lancheira"
Os alunos
do 3º e 4º anos da EB de Glória, juntaram-se para trabalhar no desafio lançado
pelo projeto “A Minha Lancheira” e que este ano seria escrever um conto, em que
o cenário fosse um monumento de Estremoz. Nós escolhemos o Lago do Gadanha. O
conto deveria também ter incluídas algumas palavras e deveria terminar com uma
moral que apelasse à alimentação saudável.
Trabalhámos
o conto em grupo e elaborámos um painel com a colaboração de todos os alunos,
através de desenhos, pintura, recorte, colagem e aproveitamento de materiais
reciclados.
Divulgámos
o conto através de leitura dramatizada em todas as salas e no jornal de parede “A Glorinha” para que os pais e avós
pudessem ler e apreciar.
Este
foi o trabalho final.
Esperamos
que gostem tanto como nós!
O SEGREDO
Esta história
passou-se há muitos anos, no Alentejo, na Serra d’ Ossa, onde corriam muitas
ribeiras e havia fontes a nascer por entre as rochas. Uma família vivia feliz e
despreocupada. Apesar da sua pobreza e do aspeto humilde do seu monte, todos eram amigos e
viviam juntos: a avó, o avô, o pai e a mãe e quatro irmãos: a Joana que era a
mais velha, a Margarida, a Ana e o Afonso, o mais novo.
O pai trabalhava todo o dia, na serra (tirava cortiça,
apanhava azeitona e era pastor). Ao
mesmo tempo limpava também a serra quando alguém deixava lixo esquecido era ele
quem o tirava e punha no sítio certo. Era uma vida muito atarefada e
trabalhosa.
A mãe trabalhava em Estremoz, no Museu Municipal. Adorava o seu trabalho e
limpava as peças do Museu como se fossem suas. Às vezes até falava com os
bonecos de barro.
Os seus avós já eram muito velhinhos mas ajudavam na horta e a tratar dos animais,
faziam o queijo, o “atabefe” e até o
pão amassavam e coziam no forno do monte.
Alimentavam-se do que a Natureza lhes dava: castanhas,
bolotas, amoras, agriões que apanhavam junto à ribeira, espargos bravos … Tinham também uma horta onde cultivavam
couves, alfaces, ervilhas, feijão, favas, nabiças, espinafres… Junto do monte
pastavam vacas, ovelhas e cabras. Na
capoeira tinham galinhas, um galo e alguns patos.
A sua alimentação
era muito saudável. Raramente iam ao
supermercado.
Um dia o carteiro levou uma carta. À noite quando o pai e a
mãe chegaram abriram a carta. O Afonso ficou muito curioso pois estava a
aprender a ler, na Escola de Glória. Começou a ler a carta mas não entendia
nada, então a mãe pegou nela e começou a ler ficando ficando muito pálida. A
Margarida acorreu e pediu à mãe que se sentasse. Ela ia ler em voz alta para
todos ouvirem.
“Lisboa,
2 de janeiro de 2008”
Exmºs
Senhores: Serve a presente carta para vos informar que o terreno onde se
encontra o vosso monte, foi vendido a uma empresa de pasta de papel.
Têm
um mês para abandonar o monte. Após esta data será demolido e todos os terrenos
serão plantados com eucaliptos. Será instalada uma fábrica para produzir pasta
de papel. Com os melhores cumprimentos.
O diretor”
A família ficou em
pânico! Onde iriam viver? Como iria ser a sua vida?
O pai e mãe nesse dia nem jantaram. Foram para o quarto e
falaram muito.
No dia seguinte tinham tomado uma decisão. Iriam viver para
Estremoz. A avó e o avô tinham lá uma pequenina casa junto ao Lago do Gadanha. Iam limpá-la e fazer a
mudança.
E os animais? A horta? A capoeira? Tudo iria ser vendido!
Após a mudança, o Afonso passava longas horas junto ao
lago. Gostava de ouvir cair a água no chafariz. Fazia-lhe lembrar a água dos
ribeiros. Um dia, enquanto brincava a chapinhar na água descobriu uma chave
toda enferrujada. Presa à chave estava pendurado um mapa que indicava a porta
que aquela chave abria. O Afonso rapidamente descobriu a porta que ficava mesmo
por baixo do chafariz. Com medo, foi pedir a ajuda das irmãs e os quatro,
meteram a chave na fechadura, rodaram a chave e algo de mágico aconteceu! À sua frente estava um túnel, com uma luz ao
fundo. Sentia-se um cheirinho a alecrim, um cheirinho a serra. Corajosos,
avançaram de mãos dadas e… por baixo do lago, encontraram um pequeno riacho.
Seguiram ao lado deste e após alguns quilómetros, descobriram uma saída. Estavam
outra vez na sua serra, no seu monte, com os seus animais.
A alegria e a felicidade estavam estampados no seu rosto.
Voltaram para trás para dar a notícia aos pais e aos avós.
Seria o seu segredo, o segredo de uma vida saudável que o
coração do Alentejo esconde.
Será que esta porta existe?
Procura-a com atenção e lembra-te da moral deste conto:
“Segue o teu coração,
faz uma boa alimentação, terás saúde
e corpo são”
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